*Por Maurício Fernandes
Como sempre foi e sempre será, novas tecnologias e ideias geram expectativas, dúvidas, interpretações e opiniões díspares. Lembro das primeiras reações dentro das empresas à internet, aos celulares corporativos, às redes sociais e tudo o mais que virou algo comum, mas antes foi tema de apaixonadas discussões. Você sabe do que estou falando.
Cloud Computing, obviamente, cai na mesma categoria. As pessoas criaram expectativas e medos enormes, confusões e paixões sem fim. Perdoem se em algum momento a Dedalus sugeriu ter embarcado neste universo raso. Não podemos alimentar essas discussões agradáveis e inúteis. Nossa missão é ajudar ao mundo corporativo a tirar os benefícios reais desta e de todas as tecnologias que trazem ganhos competitivos aos nossos clientes.
Por isso somos pragmáticos, claros, focados nos objetivos que nossos clientes precisam. Não dá tempo (e não é nosso foco) de entrar em discussões filosóficas. Estamos aqui com um propósito: te ajudar a tirar os melhores benefícios de Cloud e, dessa forma, tornar sua empresa melhor. É por isso que estamos crescendo tão bem. E nossos clientes idem.
Tudo isso para chamar atenção para as discussões que assolam o mercado sobre Cloud e que a gente não concorda, pois não trazem nenhum valor para o negócio. A discussão de multicloud, por exemplo e a, igualmente errônea, interpretação do que é um Cloud Services Broker como extensão.
É claro que somos favoráveis ao uso de mais de uma nuvem no ambiente corporativo, pois trabalhamos com pelo menos quatro grandes tecnologias: G Suite (o antigo Google Apps), Office 365, Azure e AWS. E temos centenas de clientes que fazem uso de mais de uma dessas e contam com nossos serviços de gestão para unificar a visão e a operação das tecnologias. Cada uma delas tem seus benefícios próprios, se encaixam de maneira única na matriz de tecnologias da sua empresa. Tentar jogar todas na mesma vala e utilizar apenas a intersecção dessas ofertas “para manter a independência” é um erro como tantos outros do passado, quando tentaram normalizar plataformas de telecom, sistemas corporativos, bancos de dados, sistemas operacionais e tantos outros. Quem fez essas escolhas perdeu tempo enquanto seus concorrentes seguiam adiante extraindo benefícios de cada provedor.
Escolher e gerir Cloud comparando as características de cada “produto” em uma tabela de preços, ignorando os serviços únicos de cada tecnologia é a expressão mais visível desse erro, já que a vantagem está em utilizar o que cada uma tem de melhor. E harmonizar essas diferenças na camada de serviços, adequando a governança de sua TI sem distorcer a gestão que você tem hoje de seus ativos. É nisso que acreditamos e é o que recomendamos a todos: utilize pra valer cada tecnologia, pois os benefícios estão nos detalhes. Se tentar ter uso neutro, espere um resultado igualmente neutro. O retorno de seu investimento é, fundamentalmente, relacionado à profundidade da transformação, da rearquitetura, que se faz no emprego desta tecnologia ou de qualquer outra.
Por extensão a esta visão primária do que seria multicloud, vemos empresas que se intitulam Cloud Brokers, que igualmente fomentam essa proposta superficial das tecnologias, se colocam, na verdade, como lojas de brands, tentam simplificar demais a discussão com o objetivo de atrair volume, cobertura e share. Claro que entender cada projeto e desenhar a melhor solução fica para segundo plano. E lá se vão os benefícios da Cloud, banalizados numa comparação incompleta de ofertas.
Embora a maturidade tenha chegado a Cloud, há armadilhas e desafios. Use sua experiência e de seus parceiros para construir com bom senso a transformação digital de sua empresa. Afinal, é isso que realmente importa.
*Maurício Fernandes é presidente da Dedalus Prime